terça-feira, fevereiro 27, 2007

O seu a seu tempo - Motivo do cancelamento da iniciativa de campanha em Almada do Movimento "Jovens pelo SIM"

Tal como prometido neste post, chegou o momento de justificar o cancelamento da iniciativa de campanha do Movimento "Jovens pelo SIM" em Almada, prevista para dia 7 de Fevereiro.
Tomamos a opção de não divulgar as causas em plena campanha eleitoral. Não é essa a nossa forma de estar na política. Achamos que em tempo de campanha não é o momento para levar a público este tipo de questões, que a meu entender, resume-se à dualidade de critérios na gestão dos espaços públicos.
Fica então o relato dos factos:
Na véspera (a pouco mais de 24 horas) de uma iniciativa proposta pela gerência do Café “Fim de Página”, no Fórum Romeu Correia, que convidou o Movimento “Jovens pelo SIM” a dar o seu apoio na concretização e divulgação da mesma, a direcção do Forúm Romeu Correia, tendo conhecimento da mesma cerca de duas semanas antes, lembrou-se que esta não podia ocorrer naquele local, alegando incompatibilidade, visto estar previsto na iniciativa o visionamento de um documentário, e no Fórum Romeu Correia haver uma sessão de cinema nesse mesmo dia, 7 de Fevereiro. Fomos flexíveis, e propusemos então, adiar para mais tarde a projecção do documentário, e começar a sessão com intervenção de Mandatários do Movimento convidados, e só depois passariamos o filme.
A mesma incompatibilidade foi alegada.
Foi então que decidimos não comprometer a iniciativa, desistindo da projecção do filme, passando a haver apenas uma tertúlia sobre a despenalização da IVG. Deixaria de haver a dita incompatibilidade e a iniciativa seria realizada, não como idealizamos, mas como poderia ser.
Não... As incompatibilidades persistiam em surgir, umas atrás das outras! Desta vez, justificou-se a direcção do Fórum Romeu Correia que sendo um espaço público, não se poderia fazer esse tipo de iniciativas políticas(?!?!?!?!?), que os espaços públicos têm de mostrar isenção face a posições políticas.
Estes foram os motivos, que me obrigam a tecer alguns comentários...
Afinal, de quem é o espaço público autarquico? Estará o acesso às infraestruturas públicas regulamentado? Quem pode utilizar esses espaços? Para que fins? Quais os procedimentos? Quais as incompatibilidades? Até que ponto pode a direcção de uma infraestrutura municipal interferir na actividade de um estabelecimento nela inserido? Quais os prazos de resposta a um pedido de utilização?
Para mim, a resposta da direcção desta infraestrutura munícipal resume-se a isto: Não podem fazer a iniciativa, porque não! Aquela resposta que em criança nos ensinam que não é resposta: porque não! E que em adultos continuamos a ouvi-la...Resta ainda referir que já foram anteriormente realizados naquele mesmo espaço este tipo de iniciativas sobre outros temas relevantes para a nossa sociedade. Resta ainda referir que outras infraestruturas municipais receberam sessões de outros Movimentos no mesmo período de campanha eleitoral para o referendo.
Todas estas questões foram por mim levantadas à Sra. Presidente da Câmara Municipal, enquanto deputada municipal eleita do município, numa intervenção que fiz no passado dia 22 de Fevereiro, na Assembleia Municipal, a fim de tentar perceber quais os critérios que são utilizados para a cedência do espaço público, se esses critérios estariam previstos nalgum regulamento (podes ver a intervenção aqui). Fi-lo porque acho que há perguntas que não podem ficar sem respostas, e para que episódios como estes não se repitam num concelho que se intitula ser de liberdade, de oportunidades, de educação.
Querem mesmo saber qual foi a resposta à minha intervenção?...
Depois de ter justificado que não tinha conhecimento do facto em questão, porque era impossível saber de todas as decisões que as direcções das infraestruturas municipais fazem, a Sra. Presidente da CMA, quando questionada novamente se havia ou não regulamentação, se haviam ou não regras para a cedência do espaço publico... limitou-se, tão simplesmente... a não responder... porque será?

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Zeca Afonso: 20 anos de saudade...

No dia em que se cumprem 20 anos desde a morte de Zeca Afonso, não posso deixar de prestar a minha homenagem a um grande Homem da Liberdade, como foi o nosso Zeca. Liberdade que vive e viverá sempre nas suas músicas.
Deixo os versos de uma das minhas preferidas...

Menino do Bairro Negro

Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz

Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem não souber cantar
Vira também

Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Conseguimos! Conseguimos! CONSEGUIMOOOOS!!!

Confesso que tinha preparado um texto para a vitória do não e não para a vitória do SIM, desde ontem que estava um bocado pessimista e, por isso, decidi-me precaver contra o pior. Passei o fim de semana em nervos e quando votei senti estes três meses de campanha a materializarem-se em apenas 5 segundos. A partir das 19h foi a vitória do SIM que que se começou a apoderar do meu pensamento e foi com enorme alegria e emoção que pude constatar que o SIM ganhou, que nada do que eu tinha escrito e pensado nos dois dias anteriores era verdade. Por isso, hoje ao contrário de triste e envergonhada, sinto-me feliz e orgulhosa.
Estou feliz porque acho que esta realidade que cerca de 60% dos portugueses querem alterar é, de facto, o panorama mais justo e merecido e que reflecte a sociedade que queremos. Sinto, finalmente, que estamos a agir de acordo com o país optimista, solidário e moderno que em parte somos, mas sobretudo que queremos ser, e não como "velhos do restelo". O resultado do referendo é a voz do Portugal que quer avançar, que quer ser mais e melhor, que quer mudar.
Hoje demonstrámos a crença que temos em nós mesmos ao dizermos SIM à pergunta que acaba com as mulheres na prisão, o aborto clandestino e que dá uma oportunidade de provar que podemos ter uma conduta responsável e consciente das nossas vidas, até às 10 semanas de uma gravidez, sem a ameaça de uma lei penal a vetar qualquer consideração individual sobre o assunto. Uma sociedade que mostra acreditar em si mesma desta maneira é, sem dúvida, uma sociedade com um futuro melhor à sua frente.
Vi este quadro exposto no jantar de encerramento de campanha dos movimentos pelo SIM e achei bonito, o Nuno Inácio, apesar de não gostar de “quadros tristes”, fotografou-o para mim. Acho que é a imagem mais adequada para hoje, pois representa que a vergonha que nos caracterizava, em toda a perversidade que envolvia o aborto clandestino, acabou!


Rita Pereira
(11 de fevereiro de 2007)

sexta-feira, fevereiro 09, 2007


quinta-feira, fevereiro 08, 2007


quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Tertúlia - Movimento "Jovens pelo SIM" em Almada

A tertúlia agendada para hoje à noite, promovida pelo Movimento "Jovens pelo SIM", no café Fim de Página no Fórum Romeu Correia, foi cancelada.
Os motivos do cancelamento da iniciativa são alheios à organização do evento. Como diz o velho ditado, "O seu a seu tempo".
Fica atento a mais notícias; a seu tempo todas as explicações serão dadas.

Pelo Movimento "Jovens pelo SIM"
Margarida Lourenço


Debate promovido pela Assembleia Municipal de Almada sobre o referendo à despenalização da IVG

No passado dia 5 de Fevereiro, a Assembleia Municipal de Almada proporcionou uma sessão de debate e esclarecimento sobre o referendo à discriminalização da IVG, que vos adianto desde já, foi muito participada… Na mesa do debate estiveram presentes representantes de movimentos pelo não e pelo sim, entre os quais se encontrava o Secretário Geral da JS, Pedro Nuno Santos. A sala estava cheia e as pessoas ansiosas por participar… de uma maneira geral os convidados pelo não desinformaram e os convidados pelo sim reposeram a verdade e se isto escrito poderá arrancar-vos um sorriso… assistido é qualquer coisa que revolve as entranhas! Por não ter tido oportunidade de intervir, aproveito este espaço para partilhar convosco algumas das imensas considerações que este debate me suscitou.
É absolutamente inaceitável que se continue a aceitar o determinismo e a arrogância científica que o Não sistematicamente protagoniza quando se esconde atrás de um argumento pura e exclusivamente biológico. É pouco rigoroso e infinitamente redutor que se tente compreender um problema tão complexo como o do aborto recorrendo unicamente à discussão de quando começa a vida, mesmo depois de se saber que a comunidade cientifica não chegou a consenso no que concerne a esta matéria. Esta manobra, como nos disse Pedro Nuno, só consegue baralhar a população, numa altura em que é urgente o esclarecimento! Os convidados pelo Não fizeram questão de citar grandes nomes como Ghandi ou até Cunhal, mas eu também o sei fazer e citando Durkheim queria explicar-vos que todos os fenómenos sociais, são fenómenos sociais totais, ou seja, não podem, sob pena de os empobrecermos, ser analisados sob uma única perspectiva e é precisamente isto que é importante transmitir a todos! Uma convidada pelo Sim terminou a sua intervenção dizendo que o voto Sim é o voto pelas mulheres, não deixando de concordar queria acrescentar aquilo que parece que o Não ainda não percebeu, o Sim é pelas mulheres e é pelas crianças, pelo seu desenvolvimento num ambiente fértil e equilibrado, num ambiente onde esta tenha sido desejada. Por ventura os favoráveis ao Não conhecerão os estudos que nos documentam de forma cientifica, a incidência de fenómenos como a toxicodependência ou a delinquência em familias desestruturadas, onde as crianças são constantemente relegadas para segundo plano, crescendo num meio onde se vislumbra impossivel conseguirem o seu espaço, serão os favoráveis ao Não alheios e cegos a todas as outras circunstâncias que devem ser tidas em conta quando nos apropriamos da pretensão de julgar os motivos de terceiros?
Esta é essencialmente, uma questão de tolerância, eu voto SIM por todas as mulheres que em consciência e responsabilidade optam por não ter uma criança, porque acredito que esta opção é dolorosa e dificil, eu voto SIM porque não tenho a prepotência e a pretensão de emitir julgamentos de valor, hipocritamente escondidos por falsos moralismos, sobre as condições em que vivem todas as mulheres que numa altura da sua vida precisaram de recorrer à interrupção voluntária da sua gravidez. Não assentimos que se manipule a campanha deste referendo com mentiras, dados falaciosos e tentativas maldosas de dificultar a interpretação da pergunta que será colocada a todos os portugueses no dia 11 de Fevereiro. A pergunta não diz respeito à altura biológica do começo da vida, a pergunta não diz respeito às capacidades cognitivas ou afectivas de um feto com 10 semanas, a pergunta não diz respeito às considerações filosóficas acerca do valor da vida humana, a pergunta pretende exclusivamente saber se uma mulher deve ou não ser penalizada com pena de prisão por interromper uma gravidez até às 10 semanas. Não permitimos que esta discussão seja desvalorizada pela tentativa do Não em desviar a atenção sobre a pena, porque a pena não é o único factor estigmatizante, mesmo que a pena seja suspensa a mulher é obrigada a um sem número de procedimentos processuais nos quais se incluem assinar um papel onde se confessa criminosa, isto é absolutamente inadmissível e inacreditável! E ainda mais inacreditável se torna quando alguns defensores do Não comparam a penalização da mulher que praticou um aborto à palmada que damos no rabiosque da criança que se portou mal! Eu repito porque me parece que ainda restam dúvidas, repito porque certas declarações me enfurecem e entristecem, esta é uma questão de tolerância!

Luisa Fernandes

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Tertúlia - Movimento "Jovens pelo SIM" em Almada



Conversa com projecção do filme no café Fim de Página no Fórum Romeu Correia.
Como um barco na noite é um documentário irlandês de 30 minutos que segue uma jovem pintora, uma mãe trabalhadora com cinco filhos, e uma auto-proclamada rapariga da província enquanto planeiam as suas viagens secretas através do mar da Irlanda para poder abortar em Inglaterra. Na Irlanda uma mulher acusada de aborto pode ser punida com prisão perpétua. Filme de Melissa Thompsom
Esta iniciativa terá lugar já amanhã, dia 7 de Fevereiro, pelas 21h30 no café "Fim de Página" no Forúm Romeu Correia.
Participa, contamos contigo!

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

O fim de semana foi, claro está, em campanha pelo SIM.
Muito haveria para dizer... A meu ver, uma imagem (ou neste caso, imagens) vale mais do que muitas palavras! Mas foi, sem dúvida, um fim de semana em grande!!!


E ainda há mais 5 dias de campanha! Muitas mais histórias ficarão nas memórias de uma campanha...

quinta-feira, fevereiro 01, 2007


Temos Futuro...!

O frio que se fazia sentir ontem à noite convidava a outros programas... Mas nesta altura de campanha eleitoral, todas as oportunidades que temos de esclarecer a população têm de ser aproveitadas.
E assim foi. Ontem, num debate promovido pela Assembleia de Freguesia do Laranjeiro, que teve lugar nas instalações da Junta de Freguesia. Cada partido representado na freguesia convidou um orador para estar no painel do dito debate. O Partido Socialista convidou a nossa Rita Pereira, uma Jovem Socialista que mostrou a toda a plateia que está muito bem esclarecida sobre esta matéria.
A sua intervenção trouxe ao debate a visão do que está de facto em causa neste referendo: a despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Sem medos, tocou também em algumas questões muitas vezes apontadas pelos defensores do "não".
Ao ouvi-la perante uma sala repleta, com a simpatia, determinação e convicção que lhe é caracteristica, fiquei completamente conquistada e orgulhosa!!! Cada vez mais tenho a certeza que os jovens socialista conseguem fazer a diferença dentro e fora do partido socialista.
O debate, bastante participado, deu a oportunidade à população de mostrar o seu ponto de vista e as razões pelo qual irão votar sim ou não no próximo dia 11 de Fevereiro. Foi um debate interessante e esclarecedor. E o melhor ficou para o fim... O moscatel de honra à 1 da manhã!!! Está de parabéns a Assembleia de Freguesia do Laranjeiro pela a iniciativa e a forma como nos recebeu, e a nossa Ritinha, claro... que esteve muito bem no debate.
Rita: És o nosso orgulho! Temos Futuro...