quarta-feira, novembro 22, 2006

As Gerações Futuras Não Votam!

Decidi fazer este artigo (não é bem um artigo, é mais um texto agitador, uma rábula, bem...chamem-lhe o que quiserem) para puder compartilhar com os leitores e participantes deste blog, algo com que me deparei no âmbito da minha formação académica e que de certa forma nos define, o que por si só já me preocupa.

Frequento o Mestrado em Ciências e Tecnologias do Ambiente, na Faculdade de Ciências da UL. Um dos Professores regentes, Prof. Victor Santos, membro do anterior governo do Eng. António Guterres, tem por hábito espalhar (e bem!) o perfume da sua experiência política e técnica durante as aulas. Numa dessas demonstrações, o Prof. explicava-nos a inaplicabilidade, ou se quiserem, a falta de senso prático das políticas de Desenvolvimento Sustentável.

Durante esta análise, extraí uma conclusão obvia e simples da nossa realidade mas que se me afigura de difícil digestão - nós jovens aspirantes políticos temos que nos subjugar à escravatura dos ciclos políticos! Esta situação, impede o desenvolvimento de toda e qualquer política de longo prazo, que não se centre na satisfação das necessidades imediatas dos eleitores.

É neste contexto que se insere a teoria de Desenvolvimento Sustentável - Desenvolvimento baseado numa política, economicamente viável, ambientalmente sustentável e com uma equidade geracional e intergeracional.

Por isso deixo esta reflexão: Será demais pedirmos um esforço na satisfação das nossas necessidades mas também a dos nossos filhos? Será utópico esperar um acto de planeamento transversal, em lugar das políticas sectoriais que estão em voga? Serão as políticas de desenvolvimento sustentável completamente irreais e desajustadas da realidade?



"...you may say that i'm a dreamer, but i'm not the only one..." ~- John Lennon

terça-feira, novembro 07, 2006

Um desabafo pouco sério sobre um assunto muito sério!

Após uma breve ausência, mais ditada pela falta de tempo do que pelo desinteresse ou falta de actualidade para comentar e/ou explorar… Hoje quero antes conversar sobre uma realidade, a meu ver, inominável e garantir-vos que farei um esforço por não atribuir a este desabafo um carácter demasiado reivindicativo ou "manifestante" (se é que isto existe!) que dá pelo nome de aborto, ou interrupção voluntária da gravidez. É que sabem, esta questão da nomenclatura tem muito que se lhe diga... e, já deixando antever a opinião que assumidamente defendo relativamente a este assunto, o acto deveria ser indeed, voluntário, pessoal e intransmissivel! Tanta coisa mudou, supostamente, tanta coisa evoluiu e nós continuamos a viver uma realidade, entre outras coisas, indescritivel... Como é que entre dois países, com a mesma tradição religiosa, com a mesma legislação, existem concretizações práticas tão díspares? Isto revolta-me as entranhas, revolta-me as entranhas que a mulher em Portugal viva condenada a recorrer a um aborto num país estrangeiro, ou num vão de escada, um país ainda mais estrangeiro! Revolta-me as entranhas que a mulher em Portugal se sinta tão "embarassada" e os espanhóis nunca vão entender como esta palavra é rica de significados no caso português, por isso mesmo, e por tudo isto, não deixes de ir às urnas (eu avisei que isto podia parecer uma manifestação, mas não me consigo controlar!) e não deixes de obrigar os teus amigos, faz disso uma visita de estudo! Não deixes de ir por circunstância alguma, porque esta realidade existe e tem que ser assumida!