Um desabafo pouco sério sobre um assunto muito sério!
Após uma breve ausência, mais ditada pela falta de tempo do que pelo desinteresse ou falta de actualidade para comentar e/ou explorar… Hoje quero antes conversar sobre uma realidade, a meu ver, inominável e garantir-vos que farei um esforço por não atribuir a este desabafo um carácter demasiado reivindicativo ou "manifestante" (se é que isto existe!) que dá pelo nome de aborto, ou interrupção voluntária da gravidez. É que sabem, esta questão da nomenclatura tem muito que se lhe diga... e, já deixando antever a opinião que assumidamente defendo relativamente a este assunto, o acto deveria ser indeed, voluntário, pessoal e intransmissivel! Tanta coisa mudou, supostamente, tanta coisa evoluiu e nós continuamos a viver uma realidade, entre outras coisas, indescritivel... Como é que entre dois países, com a mesma tradição religiosa, com a mesma legislação, existem concretizações práticas tão díspares? Isto revolta-me as entranhas, revolta-me as entranhas que a mulher em Portugal viva condenada a recorrer a um aborto num país estrangeiro, ou num vão de escada, um país ainda mais estrangeiro! Revolta-me as entranhas que a mulher em Portugal se sinta tão "embarassada" e os espanhóis nunca vão entender como esta palavra é rica de significados no caso português, por isso mesmo, e por tudo isto, não deixes de ir às urnas (eu avisei que isto podia parecer uma manifestação, mas não me consigo controlar!) e não deixes de obrigar os teus amigos, faz disso uma visita de estudo! Não deixes de ir por circunstância alguma, porque esta realidade existe e tem que ser assumida!
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